segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Avança a cultura da morte no Brasil

As organizações internacionais

Fundações internacionais que pretendem promover a completa legalização do aborto no mundo têm uma estratégia clara e confessa:

"Assegurar ao máximo a prestação de serviços previstos pelas leis existentes que permitem o aborto em certas circunstâncias possibilita abrir o caminho para um acesso cada vez mais amplo. Deste modo os provedores de aborto poderão fazer uso de uma definição mais ampla do que constitui um perigo para a vida da mulher e também poderão considerar o estupro conjugal como uma razão justificável para interromper uma gravidez dentro da exceção referente ao estupro. Desde o início dos anos 90 profissionais e ativistas de várias cidades do Brasil estão trabalhando com o sistema de saúde para ampliar o conhecimento das leis e mudar o currículo das faculdades de medicina". Fonte: "INCREMENTANDO O ACESSO AO ABORTO SEGURO - ESTRATÉGIAS DE AÇÃO", International Women Health Coalition (IWHC)

O PLC 3/2013 é só mais um passo

O PLC 3/2013, sancionado no dia 04/08/2013 - embora defenda e regulamente os direitos das vítimas de violência sexual - amplia o acesso ao aborto, ao regulamentar norma técnica do Ministério da Saúde, igualmente abusiva.

- Basta apenas que uma mulher afirme ter sido estuprada, sem necessidade de comprovação ou registro de boletim de ocorrência, e os médicos serão obrigados a acreditar, a menos que possam provar o contrário, o que usualmente não acontece. Para efeitos desta lei, "violência sexual é qualquer forma de atividade sexual não consentida". Se a mulher não desejar atividade sexual com seu marido, pode dizer que foi violentada. Além disso, sempre poderá mentir.
- Os médicos deverão encaminhá-la ao serviço de aborto“obrigatório em todos os hospitais integrantes da rede do SUS”, e fornecer "informações às vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os serviços sanitários disponíveis". Quem se recusar poderá ser responsabilizado civil e criminalmente;
- Não há prazos previstos. Mesmo aos 8 meses de gravidez, pode-se fazer o aborto. Nas primeiras horas, será obrigatório fornecer, com dinheiro público, a pílula do dia seguinte, igualmente abortiva.

A proteção à vida desde sua concepção

O aborto não é um direito, é um crime, um assassinato. Por isso, não deve ser incentivado, muito menos pelo governo. Infelizmente, a política brasileira tem cedido aos interesses de organizações internacionais e contrariando a opinião da maioria da população, modificando lentamente a legislação, para que ninguém perceba. Devemos denunciar e nos opor a todos os passos do movimento abortista, pois o valor da vida é inegociável.

«Antes de te formar no ventre de tua mãe, Eu te conheci; antes que fosses dado à luz, Eu te consagrei, para fazer de ti profeta das nações». (Jeremias 1, 5)

Veja Nota da CNBB

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Projeto autoeducação - Diário de bordo

Já há alguns anos tenho um projeto pessoal de exercitar a auto educação. Não há condições, nas atuais circunstâncias, de confiar a sua consciência para ninguém. O exercício intelectual se torna, nos dias de hoje, um exercício de liberdade, a última liberdade que nos resta, e uma luta constante. O pouco que pude ver na universidade era recheado de propaganda esquerdista. A sorte, talvez, foi que os livros de cálculo ainda não eram (tão) contaminados pelas ideologias e pude passar pelo curso de engenharia sem muitas sequelas. Se Aristóteles dizia que a inteligência deve ser exercitada com moderação e constância, vamos em frente, devagar e sempre. Comecei a escrever esse blog para colocar algumas ideias no lugar, mas acho que agora ele pode se tornar um instrumento mais ativo de organização das minhas atividades, que estão muito dispersas. 

Vamos organizar:

Leituras

A primeira providência que tomei foi ler: "A vida intelectual, A. D.Sertillanges", cujos conselhos venho tentando aplicar em minha vida. Reuni algumas indicações e começo a esboçar um roteiro, que pretendo ir depurando com o passar do tempo. Preferi começar pela proposta de Olavo de Carvalho, que certa vez sugeriu a um de seus alunos a seguinte lista, para começar:

1 - Otto Maria Carpeaux, História da Literatura Ocidental (leia pela ordem, anotando cada autor importante citado e fazendo a lista dos livros que vai ler pelos próximos dez anos).
2 - Frederick Copleston, A History of Philosophy (idem)
3 - Eric Voegelin, Autobiographical Reflections (idem)
4 - Georges Gusgorf, Introduction aux Sciences Humaines
5 - Seyyed Hossein Nasr, Knowledge and the Sacred
6 - Max Friedländer, On Art and Connoiseurship
7 - Pitirim A. Sorokin, Novas Teorias Sociológicas
8 - Leo Strauss and Joseph Cropsey, History of Political Philosophy
9 - Otto Maria Carpeaux, Uma nova história da Música.

Comecei pelo princípio, já fiz minha listinha dos gregos, mas parei por aí...

Em paralelo, continuarei outras leituras de assuntos de meu interesse, que aos poucos irão se imiscuindo nos estudos de filosofia, arte, literatura e sociologia.

1 - A Bíblia, começando pelo Novo Testamento
2 - O Catecismo da Igreja Católica
3 - A doutrina social da Igreja
4 - A história da Igreja

Sobre a Bíblia, além das leituras meditadas, liturgias, salmos, é bom ler alguns livros para se ter ideia do todo. Por exemplo, já li o Evangelho de Marcos do início ao fim. Às vezes temos uma noção melhor do desenrolar dos acontecimentos do que lendo "picado".

Línguas

Além de ler bem português e inglês(com algum sofrimento), pretendo avançar no francês(começando do zero).


Música

O curso de música litúrgica no ITF de Petrópolis está me ajudando a desenvolver uma sensibilidade artística diferente.

Espero que registrar a jornada no blog me ajude a organizá-la e direcioná-la, além de compartilhar com os leitores e colher suas críticas e sugestões. Já é um começo.

Que o Espírito Santo nos ilumine!




terça-feira, 23 de julho de 2013

Questões na JMJ: será inútil rezar e ver o Papa?

"Se os vícios humanos como ganância ou inveja são sistematicamente cultivados, o resultado inevitável é nada mais do que o colapso da inteligência. Um homem levado pela ganância ou pela inveja perde a capacidade de ver as coisas como realmente são, de ver as coisas em sua completude e circularidade, e o seu sucesso se torna fracasso. Se toda a sociedade for infectada por esses vícios, ela pode realmente conquistar coisas espantosas, mas será cada vez mais incapaz de resolver os mais elementares problemas da existência." E.F. Schumacher, Small is Beautiful

Um dos vários "-ismos" que nos corrompem nos dias de hoje é o utilitarismo, associado normalmente ao materialismo, consumismo e hedonismo. Uma coisa só serve se for útil, e ser útil é trazer, em última instância, riqueza, dinheiro, prazer. Até mesmo propósitos tão elevados como educação, saúde, são avaliados sob o prisma do "curtir a vida". Afinal, eu só estudo para arrumar um bom emprego e ter um salário melhor, comprar coisas boas e preciso de saúde para aproveitar o momento.

Daí, um evento que movimenta milhões de pessoas de todas as partes do mundo para ouvir um senhor de idade proclamar que todos são filhos amados de Deus e sua dignidade é intrínseca a esse fato, não pode ser entendido pelos padrões da utilidade. Parece inútil rezar a um Deus que potencialmente não existe e parar uma metrópole para receber um chefe de estado. Chefe de estado esse que goza de prestígio flagrantemente invejado pelos políticos, que professam sua religião estatista que nos decepciona sistematicamente, que se veem obrigados, não por força de lei, mas por força da verdade, se curvar àquele que não traz "ouro nem prata, mas o que tenho de mais precioso, Jesus Cristo".

Tal visão utilitarista é míope, não quer saber e não consegue entender que abrir sua casa para um estranho e conhecer realidades de além-mar, sacrificar-se pelo outro, sem ter nenhuma obrigação de fazer isso, se esforçar para entender línguas estranhas, rostos estranhos, culturas estranhas, nos torna menos estranhos. A caridade nos torna melhores, porque é ela que, em última instância, como mãe de todas as virtudes, no faz vencer todos os vícios. A caridade, muitas vezes traduzida por amor, não é qualquer amor, mas o amor incondicional, o amor gratuito dos filhos de Deus, o amor que não é possível para quem cultiva a ganância e a inveja.

A sociedade que não se render à caridade, está fadada ao fracasso. Isso não aprendi nos livros, mas no testemunho de meus novos amigos franceses e escoceses/poloneses, que dizem: "A Europa está morrendo. As pessoas não querem ter famílias, não querem ter filhos, não querem saber de Deus."

Enfim, se não é "útil" para os jovens gastar suas energias buscando o sentido para a própria vida, sua própria vida será inútil. 

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Questões na JMJ: Frases que vão ficando em minha cabeça.

Frases que vão ficando em minha cabeça.

As bananas do Brasil são mais doces.
Mexerica é uma laranja mais fácil de comer.
Caju: small fruit de Pernambuco.


Vocês não tiveram guerra, mas tiveram escravos.
Afinal, se protegeram os índios, por que não protegeram os negros?
As mulatas sambam muito bem, mas por que deixaram as roupas em casa?
Por que vc nunca foi a uma favela?
Por que os índios têm direitos diferentes dos seus?
O bar não sabe contar o número de bebidas e perdemos muito tempo tentando explicar...
Os carros não param na faixa de pedestre....
Vocês acham que isso é frio? (10° C, brasileiros de blusa de lã e europeus de chinelo e bermuda)


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Questões na JMJ: o aborto no Brasil. E se ela mentir?

Indagado sobre a legislação brasileira sobre o aborto, com toda a dificuldade de comunicação, tentei explicar para uma peregrina francesa como é a situação atual. Tendo acompanhado as notícias sobre o PLC 3-2013, pensei que seria difícil me fazer entender. Só que não. A conversa foi mais ou menos assim:

_ There is a law (PLC3-2013) that can be approved which says that if a woman is abused, she can have a legal abortion.
_ OK, but what if she lies?
_ ...

Ela resumiu tudo numa frase: "E se ela mentir?"

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O Inverno Demográfico

Quando comecei a pensar no assunto, não sabia que era tão grande a profundidade e seriedade da questão. Depois de assistir esse vídeo sensacional, revi muitos conceitos.


Me lembro, particularmente, de algumas coisas:

A inusitada situação da Hungria:
http://angueth.blogspot.com.br/2012/02/familia-segundo-chesterton-e-os.html

Em 13 de Julho de 1917, Nossa Senhora de Fátima avisou:
"Se atenderem a Meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas."

Gilbert já nos prevenia:
"Este triângulo de truísmos constituído pelo pai, pela mãe e pela criança, não pode ser destruído; só podem ser destruídas aquelas civilizações que não o respeitam" G. K. Chesterton

E vivam as crianças!

terça-feira, 9 de julho de 2013

Nem capitalismo, nem socialismo -- O que é distributismo?



O que é Distributismo?

O Distributismo tem suas raízes nas teorias econômicas e sociais articuladas nos documentos dos pontífices católicos, começando com o Papa Leão XIII, na "Rerum Novarum". Essas encíclicas sociais trazem imperativos nas transações econômicas e suas relações com o trabalho, solidariedade, salários, a larga difusão da propriedade, e os limites apropriados à tecnologia. O Distributismo é um sistema econômico que concorda com os princípios desses documentos, e é centrado na mais vasta posse de propriedade possível como a melhor garantia da liberdade política e econômica. Uma família que tenha sua própria terra e suas próprias ferramentas pode levar sua vida sem ser dependente de terceiros por emprego. Assim, o Distributismo almeja estender a propriedade para quantos forem possíveis, e acabar com a concentração da propriedade por poucos capitalistas ou pelo Estado.

O que são os 'meios de produção'?

Meios de produção são terra, ferramentas e equipamentos necessários ao trabalho para transformar materiais brutos em bens e serviços. Como riqueza (bens ou serviços) somente é possível pela combinação dos meios de produção, trabalho e matérias primas, acreditamos que é melhor quando esses são adquiridos cooperativamente (de posse do trabalhador) ou trabalhados inteiramente pela família.

Vocês são Capitalistas ou Socialistas?

Nenhum dos dois. Capitalismo - ou proletarianismo - é um sistema baseado na maximização dos resultados dos investimentos, e busca isso à expensa do trabalho e do bem comum. O Socialismo busca eliminar a propriedade e colocá-la nas mãos de um governo impessoal e centralizado. Os dois sistemas - capitalismo e socialismo - limitam a real propriedade na prática. A única diferença entre um estado socialista e um capitalista é se o poder está concentrado em poucas mãos privadas ou burocráticas.

Então vocês não suportam um "Grande Governo"?


Distributistas são descentralistas que acreditam que a maioria das funções organizacionais (negócios, governo, ou trabalho) deveriam ocorrer no menor nível de competência possível (subsidiariedade). Instituições como cooperativas locais e governos existem para frear controles em larga escala, sejam eles burocráticos ou comerciais.


O que tem a ver com justiça?


Desde os tempos de Aristóteles, os filósofos e economistas consideram que a justiça é um elemento integral do mercado; um fator a ser considerado antes que as trocas se efetivem. Todavia, durante o período da história conhecido como o Iluminismo, surgiu o equívoco de que a justiça social viria somente das "forças do mercado", ou do planejamento central pelo governo. Nesse caso, o homem se torna uma mera engrenagem na máquina da economia; ele é reduzido a uma insignificância material que desconsidera sua natureza decaída ou telos (propósito). Assim, enquanto sabemos da dependência do homem dos bens materiais, reconhecemos que o comércio e as políticas sociais devem estar subordinados à sua vocação virtuosa.


Não seria o Distributismo menos eficiente, nos tornando todos mais pobres?

Apesar do capitalismo se dizer altamente "eficiente", ele não funciona tão bem sem massivas despesas e intervenções governamentais. Os distributistas afirmam que a propriedade produtiva é uma geradora genuína de riqueza, porque serve e sustenta a família materialmente (comida, roupa, e abrigo), e cultiva a alma para o trabalho. Ademais, nós enfatizamos que a propriedade distribuída é na verdade mais eficiente e menos dependente de enormes conglomerados governamentais ou corporativos. A propriedade significa liberdade para o dono em relação à volatilidade financeira, assim como, da perspectiva do dono da casa, a terra transcende os valores de mercado devido à sua indispensabilidade para a estabilidade da família.

Qual é a sua posição em relação à nossa crise econômica atual?

Salários estagnados, usura, especulação, derivativos, desperdício e dívidas dos consumidores são somente uma parte dos problemas que transformaram uma terra de pequenos negócios e pequenos fazendeiros em uma nação dividida em corporações entregando suas responsabilidades aos contribuintes e um governo obrigado a ver as coisas de outra forma enquanto os empregos são mandados para o exterior. Com relativamente poucos produtores e mais produção externa, a confiança da família em obter comida saudável, salários justos, casa própria, plano de saúde, e educação apropriada para seus filhos através do emprego, está entrando em colapso.

Como o distributismo planeja nos ajudar a restabelecer a sanidade econômica?

Nós acreditamos que um renascimento da economia local irá reparar o dano moldado pelas corporações que pressionam o governo por maiores subsídios do erário público. O distributismo traz uma economia humana e uma política social investida nas necessidades da família através da posse da propriedade e tecnologia sob medida. Nossos objetivos incluem a restauração do sistema de cooperativas, o apoio a negócios familiares e de posse dos trabalhadores, empréstimos de micro-crédito, agricultura suportada pela comunidade, e associações preocupadas em implementar programas de administração vigorosos. Nós suportamos iniciativas políticas para favorecer políticas de taxação diferenciadas, assistência legal para os negócios baseados em casa, assim como a revisão da contabilidade e das práticas bancárias. Pretendemos atingir nossos objetivos formando um movimento popular de acadêmicos e homens leigos trabalhando juntos para criar seções regionais dedicadas à implementação do programa distributista.


Isso tudo não é muito utópico?

Não, o distributismo é um sistema prático, que é validado por vários exemplos de empresas distributistas em funcionamento; em escala pequena, existem milhares de companhias baseadas em casa e de posse dos seus trabalhadores, bancos de micro empréstimos, uniões de crédito, e companhias de seguros; em larga escala, há a Cooperativa de Mondragón na Espanha, uma das mais bem sucedidas cooperativas na Europa, e a economia distributista de Emilia-Romagna (Bologna) na Itália, onde mais de 45% do PIB vem das cooperativas, e que se vangloria de um padrão de vida que é o dobro do restante da Itália e um dos maiores da Europa. As economias distributistas e companhias têm uma vantagem competitiva inerente sobre suas contrapartes capitalistas e socialistas, assim como vantagens sociais e comunitárias que o capitalismo e o socialismo não podem nem começar a atingir.