Vírus de computador são programas maléficos que se instalam de maneira despercebida nas máquinas e começam a dar instruções contra a vontade do usuário. Seu poder de destruição é tão maior quanto mais conseguirem se passar por programas normais e inofensivos. São a versão high-tech da velha história do cavalo-de-troia, que aparenta ser uma coisa no mínimo inofensiva para te causar um mal.
O vírus da AIDS, esse um vírus biológico, no sentido normal do termo, é muito letal por confundir as defesas do organismo, de forma que as células não reconhecem a doença que lhes faz mal. O câncer é uma doença em que células malignas roubam nutrientes do corpo saudável e não são combatidas como mal, mas esse mal, na verdade, não é um invasor externo, mas uma desordem interna.
Metáforas para um fenômeno que certamente ocorre, mas muitos não tomam consciência. Não tomam consciência porque esse é exatamente o problema. O último reduto da liberdade é a consciência individual. A última estratégia para escravizar alguém seria justamente a rendição, sem resistências, da consciência das pessoas. Um vírus, uma AIDS, um câncer, não no seu cérebro físico, mas nos seus pensamentos abstratos.
Pare para pensar em quantas vezes repetiu determinada coisa sem examinar se realmente concorda com o que diz. Rotinas mentais condicionadas na sua mente, reproduzindo frases prontas, disseminando a desinformação como autômatos globalizados e informatizados. Não é preciso fazer robôs para dominar o mundo. Basta dominar as consciências sob uma falsa aparência de liberdade.
A imbecilização do homem, de um povo, de uma nação, do mundo. O controle dos meios de cultura, de educação, da informação, da mídia, das palavras, do vocabulário, do pensamento, da religião. Não é preciso argumentar nem convencer, basta modificar os significados. Um belo dia as pessoas acordarão de manhã e a língua subitamente expressará outras coisas, as palavras serão tomadas do seu sentido, numa reforma semântica muito bem disfarçada. A revolução atingirá o mais íntimo do ser. Sem resistências, as pessoas serão forçadas a pensar o que não querem, sem perceberem. Tomarão, sem se dar conta, o certo pelo errado, o sim pelo não, a liberdade por escravidão, o justo pelo injusto, a humildade por soberba, o bonito pelo feio, a virtude pela queda, a vítima por culpado.
"E de repente o vinho virou água e a ferida não cicatrizou, o limpo se sujou e no terceiro dia ninguém ressuscitou." (Fátima - Capital Inicial)
Será estatizado o pensamento. A ditadura do proletariado será a ditadura do relativismo. Serão feitas secretarias internacionais de controle do pensamento, especializadas em destruir paulatinamente os sentidos das palavras. Começarão pelo amor, seguido por fé, esperança, verdade, liberdade, vida, respeito, direito, casamento, família. Tudo de maneira legal, com dinheiro público, sem uma gota de sangue. O império da mentira só poderá ser comandado pelo pai da mentira, da confusão, da sedução, da morte.
As peças estão no tabuleiro, a estratégia está lançada. Joguem-se os dados. A guerra não é fria, mas silenciosa, travada na consciência de cada um. Na sua mente estão todos os exércitos do mundo. Deste e do outro. Examinemos, pois, nossas consciências. Estaremos entregando nossas almas? De que lado estamos lutando? Sim, Bento XVI renunciou ao papado. Uma enorme e inesperada renúncia. E você, que me lê, é capaz de renunciar a quê? Ou suas defesas estão fracas demais para identificar os vermes que se instalaram em seu próprio pensamento enquanto o mundo mudava e você pulava carnaval? Que antivírus devemos instalar em nossas mentes para combater esse mal que nos faz vítimas de nós mesmos?
"Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo, se perder sua alma?" Mc 8,36
Vamos seguindo e tentando resistir. Se tentarmos juntos, tanto melhor, não?!
ResponderExcluirMarcelo, palavras bem expressadas, porém nos dias de hoje, poucos leem um texto tão longo. A preguiça mental já se.instalou na maioria das mentes, o que podemos fazer? Eu acredito no trabalho de formiguinha, pouco à pouco e sempre, tento reverter está situação, com os que estão próximos a mim. Deus é grande, a tarefa deve ser continua.
ResponderExcluirO vírus da mente já há muito se conserva instalado em grande parte da massa humana. O pensamento comum é determinado por esse vírus. A ideologia, as palavras do dia a dia são discursos vazios. A sociedade como um todo reproduz o discurso elitista. Esse discurso é sempre aceito como certo, inegável e sempre exequível. Se pensarmos, são poucas as pessoas que tem o poder de corromper a ordem comum, todos os que tentaram falharam, de certa forma. Puderam atingir um número considerável, mas não puderam influenciar 1% da sociedade mundial, com exceção, é claro, de Jesus Cristo. E esse é claro, foi um meme favorecido pela elite romana.
ResponderExcluirParabéns pelo seu texto!
Sergio, quem sabe a ideia de que Jesus foi um "meme favorecido pela elite romana" seja só um meme favorecido pela elite contemporânea? E esse não seja só mais um discurso vazio?
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