Antes de qualquer coisa: NINGUÉM merece ser vítima de NENHUM crime, MENOS AINDA crimes hediondos como o estupro.
Dito isso, dados interessantes:
- Curioso um instituto de Economia fazer uma pesquisa de comportamento social. Mas a pesquisa está aí: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/SIPS/140327_sips_violencia_mulheres.pdf
- A amostra era de 3.810 pessoas. Isso é representativo da população brasileira?
- 66,5% de entrevistados são mulheres.
- Pesquisa do Núcleo de Estudos da Violência da USP aponta: 39,5% dos pesquisados aplicaria a pena de morte a estupradores, 34,3% a prisão perpétua e 11,1% a prisão com trabalhos forçados - penas inexistentes no Brasil.
Fonte: http://www.nevusp.org/downloads/down263a.pdf
- As interpretações da pesquisa foram baseadas em teorias feministas.
Comentários meus, após ler a pesquisa e alguns comentários por aí:
- os que dizem que a culpa do assalto é da pessoa que ostentou riqueza não deveriam ficar escandalizados com a ideia de que “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”, pois é o mesmíssimo raciocínio de culpabilidade da vítima.
- não aconselho às meninas andarem sozinhas de biquíni num beco escuro à noite. Vc não merece ser estuprada, mas o estuprador não pensa assim. Ele provavelmente nem pensa.
- Houve perguntas também sobre relacionamentos homossexuais, que não reverberaram pela mídia. O assunto parece que tá saindo de moda.
- Acreditar em um modelo de comportamento para mim não significa que quero o impor aos outros. As perguntas não refletem isso, em geral.
- Correlacionar a defesa da família tradicional com a violência me parece bem forçado. É claro que quem defende a violência provavelmente defende uma família patriarcal e a liderança masculina. Mas o contrário não é necessariamente verdadeiro. Dizer que pessoas religiosas tendem a defender a família patriarcal provoca a mesma associação indevida. Por que não dizer que quem defende uma família patriarcal tende a se dizer religioso?
- Poderiam ter aproveitado e feito perguntas inversas. Há, por exemplo, a afirmação: "Tem mulher que é para casar, tem mulher que é para a cama." Por que não testar a mesma afirmação para os homens? Acaso as mulheres não pensam que alguns homens não são para casar?
- Acaso não existem pessoas que não são nem para casar e nem para a cama? E são felizes assim?
- Eu não faço parte de nenhum dos 65% ou 35% ou o que for, não respondi e não responderia a uma pesquisa da qual não sei o que vão fazer os números falarem. Minhas ideias sobre as coisas são mais do que "concordo ou discordo, total ou parcialmente".
Por fim, o que a pesquisa me mostra com maior grau de confiança é a opinião dos próprios formuladores dela.
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