quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Busca pessoal

Desde o meu primeiro post, Desabafo, as constatações que tenho feito acerca da humanidade têm me impelido, muitas vezes até contra minha vontade, confesso, a indagações e investigações cada vez mais profundas e complexas. Na busca da Luz, para fugir das trevas, nada mais natural que começar pelas referências explícitas da tradição judaico-cristã na qual nós, ocidentais, fomos criados, para no mínimo entender nossa sociedade e as razões das coisas que nos acontecem desde que acordamos todos os dias.
Parto da premissa de que uma filosofia, sistema filosófico e/ou religião pode ser perfeitamente racional e crível, mas deve passar pelo crivo da realidade. E vejo, tranquilamente, que muitos fatos de minha vida pessoal têm se interpolado a essas questões e têm servido, mais e mais, para corroborar com minhas conclusões.

Ao mesmo tempo, a percepção de realidades muito simples é dificultada no mundo de hoje por um verdadeiro vendaval de informações que são tanto desconexas quanto numerosas. O homem moderno médio passeia entre idéias as mais contraditórias sem perceber. Chega a ser cômico quando nos damos licença para nos afastarmos um pouco do barulho da rua e olhar as coisas de outro ponto. As formiguinhas apressadas não sabem para onde correm. Como Chesterton, às vezes me vejo dando mil voltas buscando algo complexo e me dou conta ao final de que a resposta é simples e ... conhecida!

Venho seguindo um caminho de auto-didata, pois esta busca é em grande parte pessoal. A constatação do viés introvertido de minha personalidade (veja aqui) deu novo fôlego a minha peregrinação intelectual. De fato, estou com uma atração muito natural acerca de alguns temas (esse é o eros filosófico), e percebo que esses estudos têm produzido grandes efeitos primeiramente em mim, e depois, de forma muito gratificante, nas pessoas com as quais convivo nos mais variados ambientes e que me dão o prazer de trocar algumas idéias em conversas um pouco mais profundas, mas normalmente prazerosas.

De maneira geral, autores que não estão na grande mídia como Chesterton, Hillaire Belloc, Peter Kreeft, Fr James Schall, vêm me mostrando um outro lado da realidade que na verdade está debaixo do nosso nariz o tempo todo e muito pouca gente vê. A modernidade fez o desfavor de opacar nossas retinas com o pretexto de iluminá-las. Algumas verdades, por si só, têm o poder de mudar vidas. Como "amar o pecador e odiar o pecado".

Uma das grandes questões que tenho confrontado, e que tem a ver com toda a base da doutrina cristã é o amor. De fato, não há como ser cristão e ao mesmo tempo não saber, ou nem procurar saber o que é o amor. Mas, o triste é que poucos o fazem. Essa palavra tão falada, tão traduzida, tão mal entendida. Afinal, o que é amor? Por que se diz que Deus é amor? Num próximo post pretendo abordar esse tema e dar um overview sobre o que encontrei até agora, as conclusões que tirei e o efeito muito prático destas ideias na minha vida. Aceito contribuições e sugestões. A primeira é que para descobrir algo sobre isso, não procure nos jornais, nem nas novelas. As pedras preciosas precisam ser garimpadas.

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